terça-feira, 15 de março de 2011

O Japão sobreviverá. De novo.

No momento em que escrevo este post, as autoridades japonesas já tem confirmadas mais de 3.700 mortes e quase 6.400 desaparecidos entre as vítimas da onda de terremotos que devasta o país desde o último dia 11, além é claro da terrível tsunami que atingiu o noroeste do país em sequência ao terremoto mais violento (8,9 graus na escala Richter), também na sexta passada.

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O cenário é absolutamente desolador. As imagens do tsunami certamente entrarão para a história do noticiário de catástrofes. Para completar o caos, a ameaça de tragédia nuclear que se anuncia, devido às explosões já ocorridas e instabilidade atual dos reatores da usina nuclear de Fukushima. Sobre esse aspecto, ouvi de um colega de profissão o seguinte comentário, desolador: “Parece que os japoneses estão fadados a padecer de radiação nuclear”.

O colega se referiu aos ataques com bombas atômicas no final da Segunda Guerra Mundial, que covardemente devastaram as cidades de Hiroshima e Nagasaki, matando centenas de milhares de pessoas, e marcando outras tantas com as chagas da radiação. O Japão, contudo, reergueu-se das cinzas para se tornar, em apenas 30 anos, uma das grandes economias do mundo, e sinônimo de soluções inovadoras de alta tecnologia.

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Entretanto, a ausência quase completa de recursos energéticos obrigou o país a investir e depender da energia nuclear: segundo informações do site cnn.com, existem no país 50 usinas, e o governo projetava construir mais duas dúzias até 2030. Para um território que é geologicamente instável, e uma tecnologia energética que às vezes prega suas peças, podemos dizer que se trata de um investimento de risco. Altíssimo, como podemos ver.

Os japoneses são um povo fascinante. Sua força e perseverança já foram provadas inúmeras vezes ao longo da história, e não me refiro apenas aos momentos de guerra, mas também aos inúmeros terremotos que este arquipélago localizado no cruzamento entre quatro placas tectônicas já enfrentou (e, infelizmente, continuará enfrentando). São conhecidas também a milenar paciência e o espírito coletivo dos japoneses, alguns dos fatores que tem contribuído para que não se repitam no Japão as cenas de saques e violência vistas no Chile e Haiti, países que recentemente enfrentaram catástrofes semelhantes. Por isso creio que uma vez mais os nipônicos se reerguerão, pois a sina de seu povo é se superar, é vencer a morte a qualquer custo.

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É sobreviver. De novo e de novo.




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